Universidade Federal de Lavras
PIBID Pedagogia
O que pode ser
considerado abuso sexual?
Ágda Aparecida Ribeiro
Elisabeth Aparecida Alves
Marco Polo Amaral
Como
quebrar o silêncio dos alunos em caso de abuso sexual
Fonte:
Matéria publicada na Revista Brasil Escola. Edição online
“Qualquer forma de exposição da criança ou do adolescente a estímulos sexuais que ultrapassem os direitos humanos ou o respeito ao seu desenvolvimento físico, emocional e psicossexual pode ser considerado abuso sexual.
O abuso sexual
ocorre quando uma pessoa subjuga outra por meio da violência, do abuso de
poder, da autoridade ou da diferença de idade para obter prazer sexual. O abuso
pode incluir carícias, manipulação dos órgãos genitais, voyeurismo, pornografia e
atividade sexual com ou sem penetração vaginal, anal ou oral, com ou sem uso de
violência.
As vítimas de
abuso sexual se sentem aterrorizadas, confusas e muito temerosas e, não raro,
têm muita dificuldade em contar para alguém que foram vítimas desse tipo de
violência, mesmo para pessoas de sua completa confiança. Em geral, elas se
calam por não quererem prejudicar o abusador ou provocar uma discórdia
familiar. Ou pior: temem ser consideradas culpadas ou castigadas pelo agressor.
O bem-estar da
criança ou do adolescente deve ser sempre a nossa prioridade. Portanto, a
escuta ativa (quando se ouve de fato o que o outro diz), o acolhimento e a
proteção do aluno são muito importantes. O professor pode ser, em muitos casos,
o único adulto com quem ele ou ela podem contar.”
Problematizando
terminologias, abuso e violência sexual são situações diferentes?
Faria e Paulino (2012,
p. 364) salientam a necessidade de não se utilizar o termo abuso sexual, mas
sim violência sexual nas situações onde crianças e adolescentes sejam vítimas
destes tipos de ofensas, independente do mais
inofensivas que a principio possam parecer, deixando marcas visíveis ou
não, devem ser consideradas como uma violência e não como um abuso pois: “[...] o termo abuso pode denotar ultrapassar
limites, mas quando estamos nos referindo a abuso sexual intrafamiliar de
crianças e adolescentes será que existe limite?” (RIBEIRO, 2012 p. 364)
“Diante desse cenário, utilizar o termo abuso, em
casos de violência sexual contra crianças e adolescentes pode vir a ser fator
banalizador do ato de agredir sexualmente, pois pode ser um canal de abertura
para que o agressor não se sinta culpado, já que se acredita não ter ocorrido
violência por não existirem marcas externas.” (RIBEIRO, 2012 p. 364)
“O ato de abusar de crianças e adolescentes, mesmo
diante da ausência de evidencias físicas, é considerado violento quando
submetem as crianças e adolescentes a algo não querido, não entendido e em
alguns casos nem ao menos reconhecido por ele/as como fato real.” (RIBEIRO,
2012 p. 364)
A violência sexual
nunca é consentida por crianças e adolescentes e infelizmente ainda temos
discursos do tipo “Se consentiu é porque deve ter gostado”, “Só quando se diz
não é que pode ser considerado abuso.” E a dificuldade em se falar sobre a
violência sexual, dentro das famílias, das escolas e em outros espaços, faz com
que muitas vítimas se calem e não busquem ajuda para denunciar seus agressores
e as situações de violência a quais estão expostas.
REFERÊNCIAS
FARIA, Lívia Monique de Castro; PAULINO,
Alessandro Garcia. Entre Marias e
Preciosas: Textos culturais, gênero e violência sexual. RIBEIRO, Cláudia
(org.). Tecendo gênero e diversidade sexual nos currículos da Educação
Infantil. Ed.UFLA. Lavras. 2012. p.355-370.
Revista Brasil Escola. Como quebrar o silêncio dos alunos em caso
de abuso sexual. Publicação online em 29 de maio de 2014. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/blogs/educacao-sexual/2014/05/29/como-quebrar-o-silencio-dos-alunos-em-casos-de-abuso-sexual/>
Acesso em 06 de junho de 2014.
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