terça-feira, 13 de janeiro de 2015

“TRANCA A PORTA! NÃO DEIXA ELAS SAÍREM” – UM CONTEXTO PARA EMERGIR AS EXPRESSÕES DAS CRIANÇAS SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE

Artigo publicado na revista online Textura da ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, (v. 16, n.32 (2014)) pela Prof.ª Dra. Cláudia Maria Ribeiro e Prof.ª Ma. Carolina Faria Alvarenga do DED-UFLA, relatando as atividades, experiências, inquietações, construções, desconstruções e reconstruções das coordenadoras, supervisoras e bolsistas do PIBID Pedagogia da UFLA, no trabalho com as temáticas das sexualidades e das relações de gênero com crianças de 1º a 4º anos de uma escola municipal do município de Lavras-MG, tendo como foco a fala das crianças sobre sexualidade e relações de gênero identificadas nos diversos momentos das oficinas realizadas com as crianças.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

REUNIÃO NA ESCOLA MUNICIPAL UMBELINA AZEVEDO AVELLAR - 4/12/2014

Giane Maria Costa Pereira
Natany Avelar Silva
          A reunião foi um sucesso! Iniciou com a palavra da diretora, sobre a importância do trabalho dos professores e a apresentação Profa. Cláudia.
          Em seguida, a Profa. Cláudia falou sobre o trabalho com gênero e sexualidade, expressou-se muito bem e envolveu os ouvintes com os depoimentos.
         Natany e Giane falaram sobre as atividades do PIBID. A Giane iniciou contando sua experiência e as oficinas realizadas do 6º ao 9º ano e  Natany relatou as atividades realizadas como 1º ano destacando os novos olhares que o tema  propicia e as inúmeras formas de desenvolvê-lo em sala de aula.
         Após os depoimentos a Profa. Cláudia mostrou o livro "Tecendo" e perguntou quem já conhecia e alguns professores disseram conhecer. Enfatizamos que a leitura do livro é prazerosa e os professores aceitaram o convite para a leitura e confecção de  uma síntese em grupo recebendo um certificado de 40 horas, ao final do capacitação.
         Finalizamos a reunião debaixo de uma chuva tremenda, o que impossibilitou nossa saída de imediato e ficamos em um leve bate-papo, onde a Cláudia e a Tatinha fizeram relatos maravilhosos, seguidos por falas interessantíssimas de experiências pessoais de alguns professores.


TRAVESSIAS EM EDUCAÇÃO E SAÚDE: EXPERIÊNCIAS EM GÊNERO E SEXUALIDADES – Dissertação de mestrado da discente do PPGE Luciene Aparecida Silva

Por: Melissa Cristiane Pereira
A mestranda Luciene apresentou sua dissertação ao Programa de Pós-graduação em educação do Departamento de Educação da UFLA. A discente do PPGE, sob a orientação da Profa. Dra. Cláudia Maria Ribeiro problematizou experiências vividas em uma instituição manicomial do interior de Minas Gerais focando nos processos educativos dessa instituição. Apresenta as oficinas terapêuticas como os referidos processos educativos e como experiências e que tais processos nos tocam e provocam mudanças.
As narrativas de sua dissertação discutem as oficinas de músicas, desenhos, poemas, poesias realizadas. Estas eram vistas pelos “usuários” como espaço de liberdade onde os textos evidenciavam o gosto pelas poesias e admiração pela escola e pela educação. Foram desenvolvidas também peças de teatro como O Alienista e o Casamento do Jeca. Os processos educativos contemplaram também a produção de: Blog de parede, Oficinas, Livro a partir de poemas desencadeados com a leitura da obra de Cora Coralina, Cd contendo as músicas que marcaram a vida desses usuários. Essas narrativas viraram poemas que contavam suas histórias, pelos rótulos, pela discriminação pois as palavras do louco não são, muitas vezes, ouvidas.
Destaco do trabalho da Luciene trechos que chamaram minha atenção como:
  • Pensar gênero junto com a loucura;
  • Ser diferente não significa capacidade de exclusão;
  • Há uma possibilidade no poder na capacidade de se produzir sujeitos;
  • Como encaramos as diferenças hoje e como estamos excluindo os loucos de hoje?
  • Oficinas gêneros sexualidades e liberdade;
  • Racismo de estado - inimigos de estado;
  • Que padronização das sexualidades são estas hetero é normal e homo é anormal;
  • Convite para analisar os dispositivos – E que o dispositivo é um conjunto heterogêneo;
  • Escolinha como uma escola diferente (os usuários viam aquele momento como um momento de estar na escola e de ser uma escola diferente, pois eles desejavam estar na escola e não tiveram a oportunidade);
  • Foucault produz o conceito de espaços heterotópicos;
  • Heterotopia;
  • Discussão como ser mulher (A mulher é vista como uma super heroína onde precisa dar conta de ser mãe, trabalhar, lavar, passar, cozinhar, etc);

Além de emocionante foi muito gratificante fazer parte da defesa da Luciene; valeu como experiência e aprendizado; percebi que um trabalho do porte do dela foi feito a muitas mãos e que nós como alunos e alunas não estamos sozinhos.
Duas coisas eu levo desta experiência:
Que precisamos muitas vezes desaprender para aprender e que estamos numa travessia onde temos duas margens, mas muitos vão em busca da terceira margem citada na dissertação.
Pergunto: qual é a exigência de cada margem???? E qual margem queremos para nós????
Fica o convite para a leitura da dissertação de Luciene.


Por: Natany Avelar Silva
Em sua dissertação, a mestranda relatou os esforços da luta anti-manicomial, para isso ela se envolveu em um trabalho bastante emocionante e especial. Luciene vivenciou importantes acontecimentos junto à pacientes de uma instituição em Minas Gerais.
Ao se lembrar de alguns momentos e da importância dessa pesquisa para ela, a mestranda se emocionou.
O trabalho realizado naquela instituição chamado pelos pacientes de "escolinha", contou com produção de textos e poemas, discussão sobre músicas e todos esses textos culturais articulados com o tema gênero e sexualidade. A partir desse trabalho, a mestranda pode perceber como a influência social pode "moldar" indivíduos e pensamentos, construindo formas de preconceito. Assim, também ficou clara a importância de perceber as diversas possibilidades e não apenas a dicotomia entre o certo e o errado.
Enfim, a defesa da dissertação da mestranda Luciene, foi muito válida e enriquecedora, principalmente para nós, bolsistas do PIBID, que pudemos participar de outro espaço na academia e lidar com o tema gênero e sexualidade em um contexto diferente.