Por:
Melissa Cristiane Pereira
A mestranda Luciene
apresentou sua dissertação ao Programa de Pós-graduação em educação do
Departamento de Educação da UFLA. A discente do PPGE, sob a orientação da
Profa. Dra. Cláudia Maria Ribeiro problematizou experiências vividas em uma
instituição manicomial do interior de Minas Gerais focando nos processos
educativos dessa instituição. Apresenta as oficinas terapêuticas como os
referidos processos educativos e como experiências e que tais processos nos
tocam e provocam mudanças.
As narrativas de sua dissertação
discutem as oficinas de músicas, desenhos, poemas, poesias realizadas. Estas
eram vistas pelos “usuários” como espaço de liberdade onde os textos
evidenciavam o gosto pelas poesias e admiração pela escola e pela educação.
Foram desenvolvidas também peças de teatro como O Alienista e o Casamento do
Jeca. Os processos educativos contemplaram também a produção de: Blog de
parede, Oficinas, Livro a partir de poemas desencadeados com a leitura da obra
de Cora Coralina, Cd contendo as músicas que marcaram a vida desses usuários. Essas
narrativas viraram poemas que contavam suas histórias, pelos rótulos, pela
discriminação pois as palavras do louco não são, muitas vezes, ouvidas.
Destaco do trabalho da
Luciene trechos que chamaram minha atenção como:
- Pensar gênero junto com a loucura;
- Ser diferente não significa capacidade de exclusão;
- Há uma possibilidade no poder na capacidade de se produzir sujeitos;
- Como encaramos as diferenças hoje e como estamos excluindo os loucos de hoje?
- Oficinas gêneros sexualidades e liberdade;
- Racismo de estado - inimigos de estado;
- Que padronização das sexualidades são estas hetero é normal e homo é anormal;
- Convite para analisar os dispositivos – E que o dispositivo é um conjunto heterogêneo;
- Escolinha como uma escola diferente (os usuários viam aquele momento como um momento de estar na escola e de ser uma escola diferente, pois eles desejavam estar na escola e não tiveram a oportunidade);
- Foucault produz o conceito de espaços heterotópicos;
- Heterotopia;
- Discussão como ser mulher (A mulher é vista como uma super heroína onde precisa dar conta de ser mãe, trabalhar, lavar, passar, cozinhar, etc);
Além de emocionante foi muito
gratificante fazer parte da defesa da Luciene; valeu como experiência e
aprendizado; percebi que um trabalho do porte do dela foi feito a muitas mãos e
que nós como alunos e alunas não estamos sozinhos.
Duas coisas eu levo desta experiência:
Que precisamos muitas vezes desaprender
para aprender e que estamos numa travessia onde temos duas margens, mas muitos
vão em busca da terceira margem citada na dissertação.
Pergunto: qual é a exigência de cada
margem???? E qual margem queremos para nós????
Fica o convite para a leitura da
dissertação de Luciene.
Por: Natany Avelar Silva
Em sua dissertação, a
mestranda relatou os esforços da luta anti-manicomial, para isso ela se
envolveu em um trabalho bastante emocionante e especial. Luciene vivenciou
importantes acontecimentos junto à pacientes de uma instituição em Minas
Gerais.
Ao se lembrar de alguns
momentos e da importância dessa pesquisa para ela, a mestranda se emocionou.
O trabalho realizado
naquela instituição chamado pelos pacientes de "escolinha", contou
com produção de textos e poemas, discussão sobre músicas e todos esses textos
culturais articulados com o tema gênero e sexualidade. A partir desse trabalho,
a mestranda pode perceber como a influência social pode "moldar"
indivíduos e pensamentos, construindo formas de preconceito. Assim, também
ficou clara a importância de perceber as diversas possibilidades e não apenas a
dicotomia entre o certo e o errado.
Enfim, a defesa da
dissertação da mestranda Luciene, foi muito válida e enriquecedora,
principalmente para nós, bolsistas do PIBID, que pudemos participar de outro
espaço na academia e lidar com o tema gênero e sexualidade em um contexto
diferente.
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