Por: Zélia Clarinda de Assis
Este livro é um
excelente texto cultural para caracterizar a
historiografia nacional. O nome do autor: Gilberto
Freyre dispensa comentários. Sua obra-prima (um monumento com mais de 700
páginas) apesar de ter sido escrito na década de 1930 (com todos os
preconceitos epistemológicos da época) continua sendo leitura obrigatória para
quem deseja aprofundar sobre a história do Brasil, mais precisamente, sobre as
relações sociais entre as três etnias que marcaram a fundação de nossa
civilização: a portuguesa, a indígena e a negra. De forma bem agradável e até
irônica, sua leitura é um passeio pelos dilemas da sociedade escravocrata,
desde o nascimento dos meninos de engenho até a morte dos barões e seus
lacaios. O grande mérito do livro foi explicitar as relações de gênero dentro
do contexto patriarcal da época (do século XVI ao XVIII), incluindo os
desmandos das baronesas, a submissão da mulher perante o marido e a
miscigenação com as escravas. Enfim, relações sexuais que são articuladas às
relações de poder que vem da monocultura, sejam
canavieira ou cafeeira.
O livro é fantástico! A leitura é agradável apesar de sua linguagem remeter a certos preconceitos (mesmo "científicos") da época em que foi escrito.
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